Ele tem suas virtudes
Não me venha falar do meu relacionamento. Tenho plena consciência de que ele não é exclusivamente meu. O danado é popular. É de todo mundo, e quase todo mundo se deleita com sua presença.
Mas eis que ele, o protagonista dessa história, tem lá suas virtudes, as quais me cativam com facilidade. Ele aquece meu coração e me proporciona conforto nas manhãs.
Além disso, é meu companheiro em todas as circunstâncias — em casa, no trabalho, nas consultas… Até nos velórios, ele está lá do meu lado, forte. Ah, os momentos que compartilhamos! Temos tantas histórias juntos…
É o primeiro a me apoiar quando estou destruída depois de uma noite sem dormir, enfrentando os revezes da vida. E o que é melhor, nunca me critica.
Sim, ele é meu vício. Gosto tanto dele, que às vezes me excedo. Mas nem me importo com isso. Afinal, quem nunca?
É verdade que vez ou outra ele me dá dor de cabeça — isso eu não posso negar. Mas confesso que pior mesmo é o dano provocado pela ausência dele em mim.
Há quem o desdenhe. Certamente não são pessoas confiáveis ou — hipótese mais provável — são criaturas que não aprenderam a apreciar sua verdadeira essência. Uma coisa que eu aprendi ao longo do tempo foi admirar a sua versão não tão doce.
Então, quer saber de uma coisa? Pode falar. Fale sim da minha calorosa relação com ele…
Que coisa maravilhosa esse tal de café!
Veja também: Pinceladas do destino
2 respostas
OI Raquel, bom dia!
Muito bom. Reflexões muito boas sobre o relacionamento.
Como dizia o poeta: “Café não costuma faiá”